Para começar a História
Províncias de Portugal e suas Capitais
Península Ibérica à Época Romana
O império romano expande-se para a Península Ibérica no século II a.C., não só para controlarem o mar Mediterrâneo (o grande Mare Nostrum romano), mas também para explorarem os seus importantes recursos minerais (de ouro, prata, ferro, estanho, cinábrio e chumbo) e agro-pecuários (azeite, vinho, cereais e porcos).
Três Províncias Romanas
O novo território peninsular é dividido em três grandes províncias, ficando todo o atual Norte de Portugal incluído na província romana Tarraconense, fundando-se a cidade magna de Bracara Augusta (Braga) como capital dos povos Galaicos do Sul.
Invasões Bárbaras e Islâmicas
Península Ibérica à Época Romana
O império romano expande-se para a Península Ibérica no século II a.C., não só para controlarem o mar Mediterrâneo (o grande Mare Nostrum romano), mas também para explorarem os seus importantes recursos minerais (de ouro, prata, ferro, estanho, cinábrio e chumbo) e agro-pecuários (azeite, vinho, cereais e porcos).
O novo território peninsular é dividido em três grandes províncias, ficando todo o atual Norte de Portugal incluído na província romana Tarraconense, fundando-se a cidade magna de Bracara Augusta (Braga) como capital dos povos Galaicos do Sul.
As primeiras hordas de povos germânicos (ditos “bárbaros”) invadem a península ibérica entre 409 e 569 d.C., sendo constituídas por Suevos, Vândalos e Alanos, estes últimos ocupando a maior parte do atual território central e meridional português. No Minho instalam-se os Suevos com capital em Bracara (Braga), mais tarde conquistados pelos Visigodos que também adotam esta cidade para capital da Galécia.
Os povos germânicos e ibéricos foram mais tarde conquistados pelos exércitos islâmicos que invadem a península a partir do Norte de África, entre 711 e 722 d.C..
Estes povos mouros, como ficaram conhecidos, acabam por se estabelecer essencialmente nas regiões do sul peninsular e junto ao mar Mediterrâneo, pelo que no noroeste português restam muito poucos vestígios islâmicos, em parte porque a sua ocupação deste sector geográfico foi feita essencialmente por tribos nômades, mas também porque a sua ocupação foi historicamente breve.
Da reconquista até o início da formação da nacionalidade
A concentração moura no setor mediterrânico centra os interesses cristãos no noroeste peninsular, onde se inicia o processo da reconquista cristã, historicamente inaugurado com a batalha de Covadonga e a rebelião de Pelágio, em 722.
A partir destes redutos asturianos começam as guerras de reconquista que aproveitam as guerras internas entre berberes e árabes, que se concluem com a queda de Granada em 1492.
Reino de Leão
Afonso I, rei das Astúrias, comandou o enclave cristão donde partiu a Reconquista iniciada por seu sogro, Pelágio (guerreiro visigodo que venceu os Árabes em Covadonga, em 718), e estendeu as suas conquistas a Leão e à Galiza, sendo por isso considerado como o primeiro rei leonês. Leão, ainda assim, não gozou de verdadeira independência até à abdicação de Afonso III, em 910, quando este, obrigado pelos três filhos, apoiados pela rainha e pela nobreza, dividiu os seus reinos: Garcia, o primogênito, ficou com Leão e as novas conquistas a sul (Castela), Ordonho com a Galiza (onde se inclui Portucale) e Fruela com as Astúrias.
Recorde-se que fora o pai destes três príncipes quem iniciou o repovoamento cristão da região entre Lima e Vouga, com base em Portucale (Porto), origem do termo Terra Portucalense.
Recorde-se que fora o pai destes três príncipes quem iniciou o repovoamento cristão da região entre Lima e Vouga, com base em Portucale (Porto), origem do termo Terra Portucalense.
Entretanto, Garcia instalou em Oviedo a capital, que seria depois substituída pela cidade de Leão em 914, quando Ordonho II, seu irmão, lhe sucedeu e uniu a Galiza a Leão. Nestes dois reinados, as incursões aos territórios dominados pelos Árabes não tiveram êxito, em parte devido ao apogeu do califado de Córdova, governado por Abdal-Rahmãn III. Contudo, em 917, Ordonho II com ajuda de Navarra, venceu o califa.
Depois do curto reinado de Fruela à frente de Leão (924-25), aumentaram as lutas internas. Seu sobrinho, Afonso IV, o Monge, filho de Ordonho, subiu ao trono mas logo abdicou a favor de Ramiro, seu irmão, que fora governador do território portucalense. Porém, Afonso IV arrependeu-se e proclamou-se novamente rei em Simancas. Ramiro II prendeu-o e assumiu o trono em 931. Neste reinado, houve uma enérgica reação leonesa contra os cordoveses, aos quais Leão conquistou várias praças.
Também nessa altura, os condes de Castela começaram a agitar-se. Fernán González chegou a levantar-se contra Ramiro II, que resolveu então unir a sua família com a daquele conde, pedindo-lhe a mão de sua filha para o seu primogênito, Ordonho. Ramiro morreu em 951, abrindo caminho à anarquia e às querelas internas até 958, quando Ordonho IV se apoderou da coroa, na posse de Sancho I, graças a Fernán González. Recuperou-a, em 960, Sancho I, que tinha o apoio dos muçulmanos. A confusão, porém, não acabou com este rei, perdurando até ao fim do milênio. Aproveitou-se da situação Almançor, comandante militar árabe, e desbaratou quase toda a Península, inclusive a Terra Portucalense, já transformada em condado hereditário. Portucale, Galiza e Leão constituíam ainda, nesta altura, uma unidade linguística e cultural.
Afonso V, o rei da passagem do Ano Mil foi aclamado ainda de tenra idade. Ficou famoso por ter acumulado privilégios a nobreza dos seus reinos, por outro lado, promoveu o repovoamento e a reconstrução do reino, recuperou a capital (Leão), reforçou os municípios e ganhou terreno na Reconquista, aproveitando-se da decadência e da anarquia em que mergulhara o império muçulmano construído pela ruína de Almançor, falecido em 1002. Afonso V, em luta contra os muçulmanos, morreu em Viseu. Seu filho, Bermudo III (rei de 1028 a 1037), entretanto, casou-se com a irmã do conde de Castela, Garcia II Sanchez, assassinado por nobres de Álava.
Leão e Navarra, dois dos grandes reinos cristãos peninsulares, entraram em conflito no reinado de Bermudo, pondo-se fim às contendas em 1032, quando se acordou a paz e o casamento entre a irmã do rei de Leão, Sancha, e Fernando, filho do rei de Navarra, Sancho III Garcés. Nova guerra estalaria entre os dois reinos, desta feita com Castela a apoiar Navarra, nela morrendo Bermudo, em 1037, na Batalha de Tâmara, quando Leão já passava para além do Mondego e da Estrela. Sendo Sancha a herdeira do trono leonês, por inerências de casamento, o rei seria o seu marido, Fernando I, que assim seria o primeiro rei de Leão e Castela.
Ficaram os dois reinos unidos, exceto no período entre 1157 e 1230: neste último ano, Fernando III, filho de Afonso IX de Leão e de Berengária de Castela, subiu ao trono e uniu definitivamente Leão a Castela. No interregno de 1157-1230, já Portugal era um reino independente, deixando mesmo de ser vassalo de Leão, com D. Afonso Henriques, em 1169.
Enquanto se procede à reconquista cristã, os territórios do Minho e Lima são integrados desde o início (1093) no condado Portucalense, governado pelo conde D. Henrique, reivindicando mais tarde o seu filho D. Afonso Henriques (em 1127) o estatuto de principado independente, e em 1143, com o Tratado de Zamora, o de Reino de Portugal. A consolidação da nacionalidade só é conseguida com o repovoamento dos territórios conquistados, o que é auxiliado com a construção de fortificações estratégicas e de mosteiros com poder administrativo.
Reinos por volta de 1212
Portugal, León, Castilla, Navarra, d’Aragon e Império Almohabe
O Reino de Portugal
O Condado Portucalense, entre 1.128 e 1.179 era um pequeno território pertencente ao Reino de Leão, que o rei deste cedera, juntamente com a mão da sua filha, D. Teresa, a D. Henrique de Borgonha, um cavaleiro francês que veio ajudar o monarca leonense na luta contra os muçulmanos.
Juntos, Teresa e Henrique tiveram um filho, D. Afonso Henriques. Quando D. Henrique faleceu, a viúva, D. Teresa, herdou o Condado.
Já desde 1.128 que D. Afonso Henriques acreditava que o Condado Portucalense devia ser independente. No entanto, a sua mãe, aconselhada pela nobreza galega e pelo seu novo marido, Henrique de Borgonha, também galego, não acreditava nesta possibilidade, sendo contra ela.
Incitado e encorajado pela nobreza e pelo clero portucalenses, D. Afonso Henriques travou contra a mãe a batalha de São Mamede, em Guimarães (1.128), vencendo-a. Tornou-se então conde e estabeleceu duas prioridades: tornar independente o condado e conquistar território aos sarracenos, que ocupavam ainda uma boa parte da península Ibérica.
Em 1.139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte contingente mouro, D. Afonso Henriques afirma-se como rei de Portugal, e com o apoio dos nobres portugueses, é aclamado como rei soberano. Nascia o Reino de Portugal e a sua primeira dinastia e Casa Real: os Borgonha. D. Afonso Henriques, torna-se rei, o rei Afonso I de Portugal.
Em 5 de outubro de 1143, foi assinado pelo próprio Afonso Henriques e pelo primo, rei de Leão, o Tratado de Zamora, segundo o qual o rei de Leão reconheceu a independência do Condado Portucalense, que passou a denominar-se Portugal.
Na continuação das conquistas procurou também terreno ao sul, povoado, até então, por Mouros. Após ver malograda a primeira tentativa de conquistar Lisboa em 1.142, conquista-a em 24 de Outubro de 1.147, após conquistar Santarém no dia 15 de março, com o auxílio de uma poderosa esquadra com 160 navios e um contingente de 12 a 13 mil cruzados que se dirigiam para a Terra Santa.
O Papa Alexandre III, a 23 de Maio de 1.179, emitiu a Bula Manifestis probatum, pelo que declarou o Condado Portucalense independente do Reino de Leão, e D. Afonso Henriques, o seu soberano. Esta bula reconheceu a validade do Tratado de Zamora, pelo rei de Leão, e por D. Afonso Henriques.
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É neste contexto que aparecem os primeiros registros de pessoas com a apelido Carvalhal.
Álvaro Gil de Carvajal, que passou a este Reino, segundo Salazar de Castro, depois de 1300, foi senhor de Évora Monte, e adotou o apelido de Carvalhal. Era pai de Pedro Gonçalves de Carvalhal (1320 - ?), que foi Alcaide-mor de Almada, sub-região da Península de Setúbal, no antigo Reino de Leão.
Pedro Gonçalves de Carvalhal casou-se com Aldonça Rodrigues da Silva (1320 -?) filha de Martim Gomes da Silva (1260-?) e de Teresa Garcia de Seabra (1285-?), de quem teve dois filhos:
- Iria Gonçalves do Carvalhal (Elvas, 1340 – Camarate), a santa matrona, mãe de Nuno Álvares Pereira, beatificado pela Igreja.
- Martim Gonçalves Carvalhal (1360 - ?), serviu D. João I nas lutas contra os Castelhanos.
E segue, segundo os pesquisadores, os diversos ramos da família Carvalhal.
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Pesquisa de Eugenio do Carvalhal